Quem estava preocupado com o fim do petróleo? Parece que algo um pouco mais importante está ficando escassa antes: a água.
Já faz um tempinho que existem vários programas de conscientização sobre o consumo doméstico da água: "desliga a torneira", "toma banho rápido", "troca o tipo da descarga", "não lave a calçada" "reaproveite a água do banho/louça" "não lave o carro com mangueira"... etc. Acho que todos nós conhecemos cada uma dessas frases, e até obedecemos a maioria dos conselhos, pois todos queremos que a água continue abundante, né mesmo?
Mas as grandes indústrias não estão ligando muito para isso. Elas irão gastar o tanto de água que for preciso para obterem o lucro da maneira mais fácil e rápida. Posso dar diversos exemplos do consumo absurdo de água na atividade industrial, mas o exemplo mais alarmante é desse bife que você gosta de comer no churrasco: 15.500 litros de água para 1 Kg de carne. Isso sem falar em outros impactos de desmatamento, efeito estufa, uso pobre das terras...
O poder público, apesar de dizer pra gente gastar menos água, também não está se preocupando em fazer sua parte.
Continua a obssessão governamental pela falsa fonte limpa de energia, a hidrelétrica. Eu poderia citar aqui várias controvérsias ambientais do ponto de vista técnico sobre as hidréletricas que deixariam você abismado. Mas a pior parte é a controvésia política: existem outros grandes interesses por trás da nova onda de construções de hidrelétricas na região amazônica... clique aqui e entenderá.
Continua a obssessão governamental pelo petróleo do Pré-Sal, como se fosse uma cornucópia do dinheiro e do progresso do país... e alimenta-se o ciclo vicioso: abaixa-se o IPI dos carros, gaba-se que todos podem (todos quem?) comprar um carro para entupir mais um pouco o trânsito, mas não resolvem o sistema público de transporte e nem dão incentivo a meios alernativos mais limpos de locomoção.
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| fonte planetasustentavel.abril.com.br |
Enquanto isso, o Código Florestal é reformulado com intuito de beneficiar os homens do agronegócio -- os donos dos intermináveis campos de soja e milho transgênicos e de incontáveis cabeça de carne gado, que comem a soja e o milho, contaminam sua água e, indiretamente, seu alimento.
Enquanto isso, o desmatamento na Amazônia está crescendo...
Enquanto isso, as populações indígenas, responsáveis pela salvaguarda da biodiversidade e do conhecimento sobre ela, vão sendo exterminadas aos montes, pelos tratores das hidrelétricas, pelas moto-serras das madeireiras, pela espingarda do agronegócio...
Enquanto isso, assuntos urgentes como o desaparecimento do rio São Francisco é negligenciado;
Enquanto isso, acaba a água em São Paulo... "mas a culpa é do poder local". Isso pouco importa. A natureza desconhece de quem é a responsabilidade pela água do rio, desconhece fonteiras políticas. Nós sabemos que a falta de água em São Paulo tem a ver com a má administração dos recursos naturais pelo governo do Estado paulista, isso é óbvio. O que não é tão óbvio é que o desmatamento na Amazônia também está contribuindo para esse terrível quadro. Para o ciclo das águas não importa quem está governando o Brasil aqui ou acolá: o calor, os ventos, a umidade, as chuvas não tem preconceitos nem partidos políticos. E não vai demorar para a seca se alastrar para o resto do país, já está acontecendo em Minas Gerais também.
Enquanto isso, as pessoas "se matam" defendendo com unhas e dentes qual o melhor faraó presidente para o futuro do país, neste segundo turno.
Futuro: um país sem água, mas com petróleo; sem floresta, mas com muita hidrelétrica (mas sem energia, porque sem água o brinquedo não funciona); com alguma carne (porque a Friboi vai dar um jeito de pedir água à mamãe ou ao papai), mas o feijão e o arroz vão ficar bem caros; sem comunidades indígenas, mas com uma aumentada população de pessoas carentes recebendo um auxílio qualquer do governo que vai tirá-los dos números da miséria.
Sim, o rápido crescimento econômico do Brasil vai melhorar as condições financeiras minha, sua, talvez do pobre debaixo da ponte, com certeza do banqueiro/fazendeiro/madereiro/traficante, mas não por muito tempo, porque, sendo clichê: "só existe um planeta Terra".
Futuro: um país sem água, mas com petróleo; sem floresta, mas com muita hidrelétrica (mas sem energia, porque sem água o brinquedo não funciona); com alguma carne (porque a Friboi vai dar um jeito de pedir água à mamãe ou ao papai), mas o feijão e o arroz vão ficar bem caros; sem comunidades indígenas, mas com uma aumentada população de pessoas carentes recebendo um auxílio qualquer do governo que vai tirá-los dos números da miséria.
Sim, o rápido crescimento econômico do Brasil vai melhorar as condições financeiras minha, sua, talvez do pobre debaixo da ponte, com certeza do banqueiro/fazendeiro/madereiro/traficante, mas não por muito tempo, porque, sendo clichê: "só existe um planeta Terra".
Esse é o futuro, seja com PT, seja com PSDB ou cia. Então meu caro, acho melhor nos prepararmos para enfrentar o fim, lutando por um recomeço, com nossas próprias mãos:
MOVA-SE
PLANTE
DOE-SE
REDUZA
LUTE
Acima de tudo, busque AUTONOMIA SOLIDÁRIA. Quem não entender e viver a importância dessas palavras agora, era uma vez!
Para quem não ficou preocupado o suficiente, grave este ano: 2050. Se quiser saber mais por que 2050, dá uma googlada "2050 fim do mundo" ou qualquer coisa assim. E assiste este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VOMWzjrRiBg
E sobre Política, indico as leituras:
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