sexta-feira, 7 de março de 2014

As guerreiras, mães e sábias de sempre

Dia 8 de março se comemora o dia internacional da mulher. É apenas mais uma celebração, de algo eterno, incomensurável, ilimitado: a força feminina, o sagrado que existe dentro de cada uma de nós!

Não somos nem mais nem menos que os homens: somos diferentes! E é na diferença que está a nossa força. Devemos buscar a nossa essência, sermos nós mesmas, e não uma sombra daquilo que nunca seremos, pois independente de etnia, opção sexual, idade, todas nós somos o espelho do sagrado princípio feminino do Universo: o que muitos de nós pagãos chamamos de "Deusa".


Tenho a felicidade de comungar de uma espiritualidade onde a mulher é valorizada, é sagrada, é tão importante quanto o homem. Mas infelizmente nem todas as religiões e sistemas morais pregam essa valorização do feminino, muitas ainda estão manchadas pela doença do patriarcalismo. Ainda bem que os tempos tem aos poucos se transformado e é pela insistência da luta e da batalha de muitas mulheres (feministas ou não) que o mundo está reaprendendo o valor e o real sentido do que vem a ser o "feminino".

Essa postagem é em homenagem a mulheres de todo o mundo e de todos os tempos que mostraram sua força como humanos e como mulheres. Todas nós somos capazes de superar limites, de ir além, vejam quantos exemplos de nossas ancestrais!

Triêu Thi Trinh foi uma guerreira vietnamita do séc. III, que conseguiu resistir às forças de ocupação do Reino Wu. Ela nasceu na província de Thanh Hoa, no norte do Vietnã. Quando ela nasceu, sua província era controlada pelo Reino Wu, um dos três grandes reinos da China. Triêu ficou órfã muito cedo e foi tratada como escrava até os 20 anos.

Ela conseguiu fugir para a floresta e montou um exército de 1000 guerreiros, entre homens e mulheres. Com este poderio, conseguiu libertar uma área do Vietnã do domínio chinês. Com 23 anos, já havia derrotado por volta de 30 batalhões Wu. Alguns documentos dizem que Triêu surgia em batalha montada em um elefante, vestindo uma armadura dourada e brandindo duas espadas.


Budica foi rainha dos Icenos, povo britânico que liderou uma rebelião contra as forças de ocupação do Império Romano, no séc. I. Ao morrer, seu marido havia deixado seu reino para ser governado por uma aliança que envolvia suas filhas e o imperador romano. Porém, os romanos não reconheceram a aliança e assumiram controle total sobre o reino. Na ocasião, Budica foi açoitada e suas filhas foram estupradas.

Mais tarde, ela foi escolhida para liderar seu povo num ataque contra os romanos. Seu exército teve grande sucesso no ataque e destruiu completamente as cidades de Colchester e Londres. Segundo Tácito, o exército de Budica não fazia prisioneiros. Qualquer um que cruzasse seu caminho era simplesmente exterminado. Já Dio Cassius relatou que as mulheres nobres romanas eram decapitadas e tinham os seios cortados e costurados à boca. Ironicamente, há uma estátua de Budica na cidade que ela mesma destruiu.

Tamara foi a filha do rei George III, da Geórgia. Seu pai a declarou co-governante e herdeira, aparentemente para prevenir disputas após sua morte. Após a morte de George III, Tamara ganhou a reputação de líder excepcional e foi apelidada de “Rei dos Reis e Rainha das Rainhas”, por seu povo.

Tamara desempenhou papel ativo na condução de seu exército. Durante seu governo, a Geórgia atingiu o ápice político, cultural e econômico. Entre 1201 e 1203, os georgianos conquistaram e anexaram as capitais armenas de Ani e Dvin. Em 1204, o exército de Tamara ocupou a cidade de Kars. Neste mesmo ano, Tamara ajudou a fundar o Império de Trebizonda, na margem sul do Mar Negro. Faleceu em 1213

Zenóbia governou a Síria de 250 a 275. Ela liderava seu exército montada em um cavalo, com armadura completa. Durante o reinado do imperador romano Cláudio, ela impôs uma derrota tão avassaladora sobre as tropas romanas, que as legiões tiveram que recuar rapidamente para a Ásia Menor. Arábia, Armênia e Pérsia aliaram-se a ela e a declararam rainha do Egito.

Aureliano, sucessor de Cláudio, enviou seus melhores guerreiros para derrotar Zenóbia, mas foram necessários quatro anos de cercos e batalhas para que Palmira – então capital da Síria – fosse conquistada. Zenóbia e mais nove rainhas de províncias aliadas foram capturadas e levadas pelas estradas romanas, presas em correntes. Algum tempo depois, sob ordens de Aureliano, Zenóbia foi exilada em Tibur, mas sua família influenciou a política romana por muitas gerações.

Iyazabal, o verdadeiro nome de Jezebel em fenício, significa "Onde está a Baal", "Baal é Exaltado" "Baal Exaults" ou "Baal Vive". Baal é termo genérico para um deus fenício e significa "senhor," o senhor aqui referido é provável seja a Baal Hadad o deus da tempestade, ou Melqart, um deus mais tarde identificado com o Heracles grego. Com sua insistência, Ahabe, seu marido, rei de Israel, construiu templos para as divindades fenícias para que assim que ela pudesse continuar a fazer o que era certo. Esta rainha manteve a sua religião ancestral e não seguiu a religião de seu marido, ela não permitiu tranquilamente a destruição de sua religião politeísta. Ela disse ter acabado com uma centena dos profetas do deus único. Elias, profeta do deus-único deu a Jezebel um fim triste e covarde: Eliseu, um apoiante de Elias e de seu deus-único, eventualmente, persuade o próprio filho de Jezabel, Jeú a assassina-la por "heresia". Jezebel está pintando-se quando ele a confronta e a joga através de uma janela só para ter seu cadáver pisoteado por cavalos, recusando a seu corpo sepultamento, sendo comido por cães selvagens.

Lozen era uma guerreira Chihenne-Chiricahua Apache, xamã, e sábia, ou vidente. Além de sua considerável habilidade como guerreira, Lozen também foi hábil e inteligente como estrategista. Ela participou das cerimônias dos guerreiros, cantou canções de guerra e dirigiu as danças dos grupos de guerra antes de ir para a batalha. Lozen era uma pessoa de muitos talentos, dentro e fora do campo de batalha. Ela também foi uma vidente e talentosa xamã. Sua orientação foi procurada por muitos por toda parte, e seu conselho para eles foi sempre verdadeiro. 
Seu irmão, Bidu-ya, é citado como tendo dito que "Lozen é minha mão direita ... como um homem forte, mais corajoso do que a maioria, e astuta na estratégia. Lozen é um escudo para o seu povo."


Hoje, sem duvida, vemos exemplos de mulheres fortes, guerreiras, mães e sábias que são dignas de honra e admiração, como esta mulher indígena que  resistiu à força policial enviada para despejar sem-terras de um acampamento em Manaus. 

 Foto: Luiz Vasconcelos.


Esses são apenas alguns exemplos de mulheres que mostraram sua força em situações adversas ou não, que lutaram pelos seus sonhos, pela sua vida, pela sua dignidade. 

Nós, antes como mulheres, depois como pagãs e bruxas, devemos honrar essa força ancestral, valorizando nosso próprio sagrado feminino.

artigos para homenagear e celebrar
o sagrado feminino em www.athenaloja.com

 Honremos às nossas ancestrais! 

Tenhamos amor próprio! 

Celebremos nossos ciclos, nossas luas, nosso sangue! 

Jamais nos deixemos ser diminuídas por termos nascido mulheres!


~bons ventos~


fontes
http://www.historiadigital.org/curiosidades/10-mulheres-guerreiras-imbativeis/
https://www.facebook.com/diadamemoriapaga?fref=ts
http://tessdawson.blogspot.com.br/2013/08/jezebel-martyr-of-polytheism.html#more

http://radicalprofeminist.blogspot.com.br/2008/10/honoring-lozan-apache-warrior-and.html
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2010/12/algumas-imagens-marcantes-da-decada.html